Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Marvão: Homem atacado por víboras venenosas...


"As mordeduras das víboras causaram-me dores horríveis e estive dois dias em coma, perto da morte", conta José Mendes Caldeira, que esteve internado no Hospital de Portalegre vítima de um ataque de duas víboras-cornudas (vipera latastei), espécie venenosa considerada perigosa por a sua mordedura ser fatal em idosos ou em crianças em estado de debilidade física.

A vítima, de 67 anos, que atribuiu o ataque à "repovoação" da espécie na região, foi mordida dia 8 de Abril na horta, perto de casa, em Santo António das Areias, Marvão. Passado 20 dias ainda apresenta as marcas dos dentes afiados das víboras no braço direito.

"Ia apanhar um plástico no chão e senti as mordidelas das cobras que estavam a acasalar. Foi tudo muito rápido", disse. Em menos de uma hora, as dores e os suores levaram José a desmaiar. Foi levado pela nora até ao hospital de onde saiu passado uma semana.

"Sofri muito e ainda chegaram a dizer que queriam amputar-me três dedos porque não tinha reacção. Continuo em observação e amanhã [hoje] tenho nova consulta", acrescentou, consciente de que a recuperação será demorada: "Tenho pouca acção, os músculos atrofiados e já caí duas vezes."

O Hospital de Portalegre explicou que a vítima foi tratada através da "administração de soros, terapêutica antibiótica e medicação" por não haver antídoto para a mordedura da víbora-cornuda.

Armando Carvalho, director do Parque Natural da Serra de São Mamede, garante que "não há qualquer repovoamento da espécie em curso".


- víbora-cornuda (vipera latastei) -
.
.
"VENENO NÃO SE ESPREME" (Fátima Rato, Coord. do Centro de Informação Antivenenos)

Correio da Manhã – O centro tem registo de muitas vítimas de mordeduras de víboras?

Fátima Rato – Em Portugal há casos pontuais. Temos mais casos por picadas de lacrau, aranhas, centopeias e peixe-aranha.

– Como deve reagir a vítima numa situação destas?

– Tem de imobilizar o membro e aplicar gelo no local da mordedura. O veneno nunca se deve espremer nem chupar.

– Existe antídoto para a mordedura da víbora-cornuda?

– Não. Existe antídoto para outras espécies, mas a sua aplicação por vezes provoca reacções alérgicas mais difíceis de suportar do que a dor da mordedura. A pessoa deve dirigir-se ao hospital para ser examinada, medicada e vigiada. Em caso de dúvidas pode ligar para o centro através do número 808 250 143.

VÍBORA-CORNUDA:

Cor: Cinzento-azulado

Comprimento: Pode medir até 70 centímetros

Cabeça: Contorno triangular

Corpo: Relativamente grosso, cauda curta e fina (fêmeas)

Defesa: Atacam pessoas se ameaçadas

Mordedura venenosa: Pode ser fatal para idoso ou para crianças debilitadas

Sintomas mordedura: Dor aguda e inchaço

Antídoto: Inexistente

Habitat: Península Ibérica e Norte de África (bosques, matos, dunas, areais e zonas rochosas)
Alimentação: Répteis, anfíbios e invertebrados

Reprodução: Março a Maio

- víbora-cornuda (vipera latastei) -

in CM online, 29-4-2009

Sem comentários:

Contador, desde 2008:

Localizador, desde 2010:

Acerca de mim

A minha foto
"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.