Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quinta-feira da Ascensão - Dia da Espiga...


(Luis Tristán - Ascensión. Siglo XVI. Renacimiento/Manierismo. Retablo de la vida de Cristo. Parroquia de San Benito Abad. Yepes. Toledo. Espanha)


«A Quinta-feira da Ascensão é uma festa religiosa católica. Há locais onde é mesmo um dia feriado. Celebra a ascensão de Jesus ao Céu, depois de ter sido crucificado e de ter ressuscitado (A Ressurreição é o que a Páscoa celebra).

A história é esta:
Quarenta dias depois da Ressurreição, Jesus apareceu pela última vez aos seus discípulos, em Jerusalém, e levou-os ao Monte das Oliveiras. Depois de lhes ter renovado a promessa do Espírito Santo, ergueu as mãos ao céu e abençoou-os. Nesse instante começou a elevar-se no ar e não tardou que uma nuvem o escondesse dos olhos deles. Como estes continuaram a olhar o céu, apareceram-lhes dois anjos a anunciar que Jesus voltaria do mesmo modo que o viram subir. Então os discípulos deixaram o Monte das Oliveiras e regressaram a Jerusalém.

- Este dia (a Ascensão) ocorre quarenta dias depois da Páscoa, e é sempre a uma quinta-feira.

- E, também, sempre nessa data, celebra-se o Dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga.

Tradicionalmente, de manhã cedo, rapazes e raparigas vão para o campo apanhar a espiga e outras flores campestres. Com elas, formam um ramo com: espigas de trigo, folhagem de oliveira, malmequeres e papoilas. O ramo pode também incluir centeio, cevada, aveia, margaridas, pampilhos, etc.

- Cada elemento simboliza um desejo:

- A espiga = que haja pão (isto é, que nunca falte comida, que haja abundância em cada lar)

- O ramo de folhas de oliveira = que haja paz (lembra-te que a pomba da paz traz no bico um ramo de oliveira) e que nunca falte a luz (divina). (Dantes as pessoas alumiavam-se com lamparinas de azeite, e o azeite faz-se com as azeitonas, que são o fruto da oliveira.)

- Flores (malmequeres, papoilas, etc.) = que haja alegria (simbolizada pela cor das flores

- O malmequer ainda «traz» ouro e prata, a papoila «traz» amor e vida e o alecrim «traz» saúde e força)

O ramo é guardado ao longo de um ano, até ao Dia de Espiga do ano seguinte, pendurado algures dentro de casa.

Acredita-se que este costume, que surge mais no centro e sul de Portugal, nasceu de um antigo ritual cristão, que era uma bênção aos primeiros frutos.

No entanto, por ter tanta ligação com a Natureza, pensa-se que vem bem mais de trás no tempo, talvez de antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora que aconteciam por esta altura e às quais se mantém ligada à tradição dos Maios e das Maias.

Hoje em dia, nas grandes cidades, as pessoas já não vão colher o Ramo da Espiga (nem há onde...), mas há quem os venda, tendo-os colhido e atado, fazendo negócio com a tradição... E ajudando a preservá-la. »

in http://www.junior.te.pt/servlets/Home?P=Rewind




Feriado Municipal em:
Alcanena, Alenquer, Almeirim, Alter do Chão, Alvito, Anadia, Ansião, Arraiolos, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Beja (Distrito), Benavente, Cartaxo, Chamusca, Estremoz, Golegã, Loulé, Mafra, Marinha Grande, Mealhada, Melgaço, Monchique, Mortágua, Oliveira do Bairro, Salvaterra de Magos, Sobral de Monte Agraço, Torres Novas, Vidigueira, Vila Franca de Xira e Vila Nova de Foz Côa.
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in almanaque Borda d'Água 2009

1 comentário:

Sónia disse...

Uma tradição muito bonita sob a qual já tinha ouvido falar mas da qual desconhecia as raizes. Também ouvi dizer que a "colheta da espiga" era motivo de grande alegria para a rapaziada nova que assim tinham pretexto para se embrenharem nos campos...e namorar.

É sempre bonito conhecer as raizes das nossas tradições. Obrigada.

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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.