Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 6 de setembro de 2009

Direcção do Expresso apoia Manuelas...

«Ninguém sabe, e provavelmente ninguém nunca saberá, o que levou a administração da Media Capital a afastar, a um mês das eleições, Manuela Moura Guedes dos ecrãs. Mas uma coisa se sabe: esta jornalista - apesar de tudo o que se possa dizer sobre o seu jornalismo, muito mais opinativo do que factual - tinha-se tornado um alvo do primeiro-ministro. Num congresso do PS e, posteriormente numa entrevista à RTP, José Sócrates atacou o seu trabalho considerando-o "jornalismo travestido" e dizendo-se perseguido por ela.

O jornalismo não deve nem pode estar isento de críticas, mas convenhamos que não cabe a um primeiro-ministro - que, para mais, veste a pele de um governante europeu (como Sócrates se referiu a si próprio ainda esta semana) - definir o que é e não é jornalismo, lançando uma espécie de fatwas sobre certos órgãos de comunicação social e profissionais que não lhe agradam. Como não fica bem a um chefe de Governo gastar tempo a telefonar a redactores, actuando de um modo que pode ser visto como uma pressão constante sobre a comunicação social.

Numa palavra, o caso só se transformou em caso político porque o próprio Sócrates tinha transformado o jornal de sexta da TVI num caso político. Tivesse ele actuado com a distância própria de um estadista e nada nem ninguém o relacionaria com a demissão de Moura Guedes.

Convém, também, sublinhar que esta decisão da administração da Media Capital foi ilegal. Uma administração não pode, em circunstância alguma, imiscuir-se em decisões de carácter editorial à revelia da Direcção que ela própria nomeou. Como é bom, igualmente, recordar que a proximidade da Prisa (detentora da Media Capital) ao PSOE - e por essa via ao PS - torna o caso ainda mais suspeito.

O Expresso sempre foi, desde a sua fundação em 1973, um órgão livre e independente de todos os poderes políticos e económicos. Faz parte de um grupo livre e independente dos poderes, o único cujos interesses são centrados apenas em conteúdos de comunicação social.

Sabemos que a progressiva dependência de alguns órgãos de informação a manobras políticas e empresariais, as mais das vezes obscuras, afecta não só a credibilidade desses mesmos órgãos, mas a própria credibilidade do jornalismo, pagando o justo pelo pecador.

É por isso que vemos com apreensão cada vez maior as polémicas que têm rodeado alguns desses órgãos (como agora a TVI). E que, apesar dos benefícios bolsistas que a Impresa, proprietária do Expresso, possa ter pela perda de valor de um concorrente, condenamos em absoluto a forma e o modo como se pôs fim a um bloco noticioso. »

Editorial, Expresso online, 06-9-2009




Comentário de "lord byron", leitor do Expresso:
«Asneiras… mais…porque não!!!
Asneira nº1
“tinha-se tornado um alvo do primeiro-ministro. Num congresso do PS e, posteriormente numa entrevista à RTP, José Sócrates atacou o seu trabalho considerando-o "jornalismo travestido" e dizendo-se perseguido por ela.”
Esta é a primeira asneira e mentira, não foi ela o alvo do primeiro-ministro; foi o primeiro-ministro que se recusou a ser um alvo dela! Um alvo parado e calado, que com frontalidade e independência disse o que pensava daquele jornalismo. E o mais curioso é que não disse mais do que é dito pela grande maioria das pessoas que não fazem do “24horas” e do “CM” a sua leitura diária!
Asneira nº2
“Como não fica bem a um chefe de Governo gastar tempo a telefonar a redactores, actuando de um modo que pode ser visto como uma pressão constante sobre a comunicação social.”
Se um jornalista telefona a pedir esclarecimento de um facto é normal, se um politico telefona a um jornalista para lhe esclarecer um facto, não é bonito e é pressão, muito mais quando esse facto é uma mentira descarada de alguém (Publico) a soldo de um dono (Sonae) por pura vingança (não os deixaram ficar com a PT)!
Asneira nº3
“Tivesse ele actuado com a distância própria de um estadista e nada nem ninguém o relacionaria com a demissão de Moura Guedes.”
Se queremos estadistas na politica,TEMOS A OBRIGAÇÃO de exigir independência e isenção nos jornalistas!!! Uma moeda tem duas faces e parece que na imprensa isso é algo sempre esquecido! »

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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.