Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 21 de março de 2010

A Primavera e as outras estações do ano...




(…) Primavera, a estação do ano que, no hemisfério norte, começa no dia 21 de Março e se prolonga até 21 de Junho. Mas nem sempre este período do ano foi assim designado...

No tempo dos romanos e até ao século XVI, havia o Verão (a actual Primavera), o Estio (o actual Verão), o Outono e o Inverno.

A palavra Verão provém do latim vernum, com o significado de “tempo primaveril”, derivado de ver, veris, que significava Primavera. A expressão primo ver (que originou o termo Primavera) aplicava-se apenas ao começo da estação: primo + ver = o primeiro Verão (= actual Primavera), o princípio do Verão (= Primavera).

Antigamente, a palavra Verão designava, portanto, o período correspondente à actual estação da Primavera. Tal aparece documentado, por exemplo, em Gil Vicente, Obras Várias («... como vemos que contra a formosura do Verão, o fogo do Estio; e contra a vaidade humana, a esperança da morte...»).

Ao Verão (ou seja, à Primavera actual), seguia-se o Estio (em latim, aestas). Hoje as palavras Verão e Estio são sinónimas, referindo a estação que começa a 21 de Junho e termina a 23 de Setembro, e a palavra Primavera passou a designar toda a primeira estação do ano, e não apenas o seu início.

A palavra Outono provém do latim autumnum, com o mesmo sentido.

Quanto ao termo Inverno, do latim hibernus annus, pertence à mesma família de “hibernar”, verbo que significa passar o Inverno em hibernação, ou seja, num estado de entorpecimento ou letargo em que o metabolismo diminui e são utilizadas as reservas alimentares que o corpo possui.

No século XVI, em Portugal, havia, assim, as seguintes designações: Primavera (início da Primavera), Verão (Primavera propriamente dita), Estio (Verão), Outono e Inverno.

As estações do ano são delimitadas pelos equinócios e solstícios.

Chama-se equinócio a cada uma das duas conjunturas do ano em que o dia é igual à noite em toda a Terra, o que se dá no momento em que o Sol atravessa o equador (21 de Março, equinócio da Primavera ou ponto Vernal, e 23 de Setembro, equinócio do Outono). A palavra equinócio provém do latim aequinoctium, termo constituído pelo radical aequi (igual) e a palavra noctium (noite). Em português, o radical equi- aparece em palavras que contêm essa ideia de igualdade, como, por exemplo, equilátero (com os lados iguais), equiparar (igualar por comparação) ou equivalente (que tem valor igual).

O solstício é a designação de cada um dos dois momentos em que o Sol está a maior distância do equador, ou seja, os dias 21 de Junho (no hemisfério norte, o solstício de Verão, o dia do ano em que há mais horas de sol) e 21 de Dezembro (o solstício de Inverno, o dia de menos horas de sol).

A Páscoa

Sabia que o Domingo de Páscoa é determinado em função do equinócio da Primavera? Determina-se a primeira noite de lua cheia depois do equinócio, e o domingo que se seguir ao dia dessa lua cheia é o Domingo de Páscoa. Tal faz com que o Domingo de Páscoa nunca possa ocorrer antes de 22 de Março nem depois de 25 de Abril. Neste ano de 2008, o dia dessa lua cheia coincidiu com o dia do equinócio (21 de Março), pelo que o Domingo de Páscoa foi no dia 23 de Março. Nos últimos 100 anos, só em 1913 ocorreu a Páscoa assim tão baixa.


A palavra Páscoa chegou-nos pelo latim vulgar, proveniente do grego, com o significado simultâneo de festa judaica e cristã (em particular, a refeição da Páscoa, o anho pascal) e alimento, visto que a Páscoa põe fim ao jejum da Quaresma. A palavra tivera origem no hebreu, em que significava «passagem» e designava a festa celebrada em recordação da saída dos Hebreus do Egipto, o Êxodo, passando depois a designar a festa cristã celebrada em honra da ressurreição de Jesus Cristo.

Texto
de
Maria Regina Rocha
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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.