Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Passei por 'o alto o forte e o moyle' e trouxe de lá um post de humor tendencialmente azul...

Soltar a Franga




Como daqui a bocado joga o Benfica, pareceu-me boa altura para lembrar algumas palavras do treinador do clube da 2ª Circular - aquele cujo estádio não foi inaugurado num feriado salazarista e cuja inauguração não contou com a presença e patrocínio de personalidades destacadas do Estado Novo.

Todos sabem que, mais interessante que ver o jogo de uma equipa treinada por Jorge Jesus, é ver a peroração do treinador na flash interview no fim dos jogos. Independentemente dos méritos de treinador de Jesus, são as suas caneladas na língua sublimada pelo vate que o tornam uma figura a caminho do Olimpo futebolístico luso.

Depois das titubeantes exibições do novo guarda-redes do Benfica, recheadas de suculentos e apetitosos frangos, os adeptos adversários não pouparam nos considerandos sobre o galináceo atleta. Quer-se dizer, sempre que alguém pronunciava o étimo "frango" - ainda que à mesa, no talho, ou etc., tanto faz - era Roberto que vinha a baila, necessária e obrigatoriamente.

O Moyle acha mesmo que os benfiquistas festejaram ligeiramente a vitória sobre a lagartagem porque registaram apenas a expressão jesuítica «há muito frango para virar». E devem ter ficado a pensar: "Este gajo não bate com a caixa toda!", ou ainda, "Em Espanha não devem chamar às fífias dos guarda-redes pollos, de certeza, senão o rapaz nunca mais se endireita!"

De qualquer das formas, o Moyle não quis deixar passar em claro a extrema sensibilidade de Jorge Jesus no manejo da língua portuguesa, o seu tacto na escolha das palavras, e a facilidade na elaboração de bonecos.




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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.