Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Atentado de Camarate: 31 anos depois continua um grande 31


Há 31 anos, mais ou menos à hora que escrevo este post, foi realizado um atentado para liquidar Adelino Amaro da Costa, na altura ministro da Defesa de Portugal.

Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro português, e seus acompanhantes, com pressa de chegar ao Porto - onde iria discursar num comício de apoio a Soares Carneiro, então candidato a Presidente da República - acabaria por apanhar boleia para a morte.

Os motivos, os mandantes e os executantes são conhecidos - há muitos anos - pelas diversas autoridades ligadas ao caso.

Na minha modesta opinião, naquela noite de 4 de Dezembro de 1980, politicamente Portugal não perdeu rigorosamente nada. Mas foram barbaramente assassinadas seis pessoas. Isso para mim é o mais relevante. Até porque tive a infeliz ideia  de ver - ao vivo, no local onde caiu a aeronave - Sá Carneiro reduzido a 50 cm de comprimento. Imagem que passados 31 anos ainda retenho na cabeça com uma frescura quase actual.

Há dias, a propósito das constantes palermices que Otelo manda da boca para fora, alguns homens de Direita vieram a público lembrar que aquele capitão de Abril, também foi nos anos 80 líder de um grupo de bandidos (FP25). Fizeram bem. É preciso que a nossa memória colectiva não se esqueça, jamais, dos 13 homicídios levados a cabo pela ECA (FP25) do Projecto Global dirigido por ÓSCAR/Unidade (Otelo Saraiva de Carvalho), com destaque para o bárbaro assassinato de um bebé de quatro meses, em São Manços, Évora.

Mas não vejo/leio nenhum desses senhores a defender uma rigorosa investigação aos bandidos do atentado de Camarate.

Quando os mandantes, executantes e as vitimas são do mesmo quadrante politico, os actos não devem ser condenados?

Uma vida, independentemente do pensamento politico, religioso ou outro qualquer, não é sempre uma vida?

Até me dói a cabeça de saber tanto.




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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.